CENTENÁRIO DA INSTRUÇÃO MILITAR NA AVIAÇÃO É COMEMORADO NO RIO DE JANEIRO

Foi em uma manhã de quarta feira ensolarada e de céu azul de brigadeiro que a Força Aérea Brasileira comemorou um grande marco da nossa história aeronáutica.
10 de Julho de 2019 – Junto com a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e outros convidados,  a FAB comemorou com uma cerimonia e formatura com militares das 3 Forças, o Centenário da Instrução Militar na Aviação do Brasil.

Bolacha oficial alusiva ao centenário


Toda a cerimonia foi realizada na Alameda do Cadete Imortal, na UNIFA – Universidade da Força Aérea e presidida pelo Comandante da Aeronáutica, Ten. Brig. Do Ar Antonio Carlos Moretti BERMUDEZ, com a presença de Oficiais Generais da Marinha, do Exército e da FAB, além de autoridades civis, militares e representantes do Corpo Diplomático da França.

Na ocasião, foi lançado o carimbo e selo comemorativos, aberta uma exposição no salão nobre da UNIFA, foram homenageados ex comandantes da Academia da Força Aérea e sob a passagem baixa de um T-27 Tucano da AFA, houve o descerramento da placa comemorativa, alusiva à data em questão.




 

Durante toda a cerimonia, cadetes da Academia da Força Aérea, um vestido com uniforme de época e um trajando o atual uniforme da AFA, fizeram parte de um cenário montado pela equipe do MUSAL composto por 3 aeronaves icônicas e que fizeram parte dessa história.
- A réplica de um Nieuport 21E1 – Avião para um tripulante e destinado a combate aéreo, considerado um dos melhores aviões de caça da 1ª Guerra Mundial. No Brasil, foi utilizado entre os anos de 1921 q 1930 como avião de treinamento na Escola de Aviação Militar.
- Um Muniz M7 – Aeronave projetada pelo Major do Exército Brasileiro Antonio Guedes Muniz, foi o primeiro avião fabricado em série no Brasil, tendo seu protótipo sido construído no Parque Central de Aeronáutica do Campo dos Afonsos. Na Escola de aviação, foram usados 11 aviões desse modelo.
- Um Boeing Stearman A75L3 de matrícula K-132, sendo o “K” indicativo de que a aeronave pertencia à Escola de Aviação Militar – Avião para dois tripulantes, destinado ao treinamento primário de pilotos e foi utilizado pela Escola de Aviação Militar do Campo dos Afonsos e pela Base Aérea de São Paulo, entre 1940 e 1948.

 

Mas afinal, o que foi toda essa mobilização?
Vamos conhecer um resumo dessa história...

Em 1912, nasceu no Campo dos Afonsos a primeira organização aeronáutica brasileira, o Aeroclube Brasileiro, cujo presidente honorário era Alberto Santos Dumont e um dos sócios, o Tenente Ricardo Kirk, primeiro oficial do Exército e segundo militar brasileiro a obter um brevê de piloto de aviões.
Já Capitão, o Patrono da Aviação do Exército


Em 1914, o Campo dos Afonsos virou sede da Escola Brasileira de Aviação – EBA, cuja iniciativa partiu de um grupo de aviadores italianos, mas devido à 1ª Guerra Mundial e ao envolvimento direto da Itália, eles não puderam bancar as atividades da EBA e a escola fechou 5 meses após a abertura.

Mas também, por causa da 1ª Guerra, mudanças foram feitas no Campo dos Afonsos e após um acordo feito com a França, em 1918, antes do final do conflito, chegou ao Brasil, uma missão militar francesa e no ano seguinte, em 10 de Julho de 1919, foi criada a Escola de Aviação Militar.
Anos depois, foram criados o Ministério da Aeronáutica e a Força Aérea Brasileira e nossos pilotos lutaram bravamente na Segunda Guerra Mundial e a escola ainda formou, já como Academia, pilotos que cruzaram todos os estados do país em missões de busca, resgate, patrulha e na defesa de nosso espaço aéreo.
O Campo dos Afonsos deixou de formar os pilotos da FAB no final da década de 60 e em 1971 a Academia da Força Aérea foi transferida para Pirassununga, interior de São Paulo, mas o legado e a história que pairam pelos ares do lendário campo de voo ainda estão por lá, seja no acervo do museu, nas paredes de seus hangares ou nas calçadas por onde passaram inúmeros cadetes, cada um com sua história, mas todos com o mesmo desejo... o de voar.


 

 

 

Imagens da Escola de Aviação Militar do Campo dos Afonsos -  Créditos ao Museu Aeroespacial

Reprodução de jornal de época, produzido pela Universidade da Força Aérea do Campo dos Afonsos

Voltando à cerimonia, Homens e Mulheres trajando uniformes de época ilustraram ainda mais o cenário, tornando possível, sem muito esforço, imaginar os cadetes circulando por aquela mesma alameda, indo em direção aos hangares para mais uma instrução de voo, ou para a pista para entrar em suas aeronaves e desbravar os céus do Rio de Janeiro e do Brasil, dando ainda mais asas aos sonhos de Alberto Santos Dumont, que há apenas 13 anos antes, mostrava aos parisienses e ao mundo, a garra e a determinação do povo brasileiro, aqui hoje, 100 anos depois, representados por suas 3 grandes armas... O Exército, a Marinha e a Aeronáutica.







Fotos e texto: Bruno Cilento
Material de apoio: Força Aérea Brasileira

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