Coronel Braga Especial


Eu até poderia chamar esta, de uma “simples matéria” se o foco fosse outro.
Trago essas palavras como uma colocação pessoal que agora ofereço a vocês.

“Lembro-me de quando eu era bem pequeno ( 4 para 5 anos de idade ) e como de costume desde 1 ano, meu pai me levou ao Museu Aeroespacial do campo dos Afonsos para o saudoso “Encontro das Águias”.
Dentre as atrações, tinha balonismo, aviação de caça, passagens de aeronaves comerciais, demonstrações acrobáticas e a Esquadrilha da Fumaça. 

Milhares de pessoas no saudoso "Encontro das Águias do MUSAL

Mas, além disso tudo tinha algo que chamava não só a minha, mas a atenção de todos ali presentes..
Uma pessoa... Um senhor de cabelos bem branquinhos e um macacão azul..
Trazia do lado direito do peito uma bolacha da Fumaça e do lado esquerdo o brevê com seu nome... Chamava-se Antonio Arthur Braga, mas ali .. era o nosso querido e saudoso Coronel Braga!


Ele, com seu jeito simples e sua simpatia contagiante cumprimentava o publico e se aproximava de seu amigão para mais um espetáculo. Era vista mais uma vez a união Homem – Maquina num carinho sem igual.
Ao dar a partida no velho T-meia, o grande motor radial soltava aquela fumaça preta de óleo queimado, mas que logo após se transformava na linda e espessa fumaça branca que mais parecia algodão.
O ronco do motor fazia lembrar aos mais velhos as aeronaves da antiga escola de aviação dos Afonsos e aos mais novos proporcionava uma emoção que só quem gostava de aviação sentia.
Taxiava com seu avião/amigo, saudando o publico e logo que saia do chão, puxava seu manche para um looping de tirar o fôlego.                                             
     
Esse era o Braguinha, com seus rasantes ( baixos mesmo ) e demais manobras que deixavam o público louco.
Dentre essas manobras existia uma chamada “O Rasante da Mangueira”, onde ele vinha de longe e baixava o avião de tal forma que para que via, tinha a sensação de que ele havia caído, quando ele saia de trás de uma arvore “a toda” e arrancava suspiros, assovios e muitas palmas do público.


   


Infelizmente, no dia 08 de Dezembro de 2003 ( meu aniversário ), fui surpreendido com a triste noticia que o nosso querido Braguinha havia falecido, após um período internado no Hospital de Aeronáutica do Galeão.
São tantas e tão boas as lembranças que tenho com meu pai sobre os vôos do Braguinha, que seria injusto com vocês se eu escrevesse todas ou se esquecesse de alguma, mas a partir dessa que acabo de relatar, dá pra ter uma idéia de como esse Senhor de cabelos brancos e macacão azul gostava do que fazia, pois fazia muito bem feito...!

    
                   Fotografia tirada durante as gravações                              Breve histórico sobre
                       de Roberto Carlos em Ritmo de Aventura                               o Coronel Braga
       ( Roberto Carlos se recusou a voar com o Coronel Braga pelo 
          fato dele ter o mesmo sobrenome...Roberto Carlos "Braga"


Profissional responsável e que por mais que ousasse em suas apresentações acrobáticas, jamais ofereceu risco aos que o assistiam.
Esse era o espírito de quem amava o que fazia ... encantar o público voando o seu T-MEÍNHA

                                                                       
                                      Reportagem especial do Globo Repórter de 1996


Ah! Escapei aos amargos grilhões da terra e dancei no espaço com                                           as asas prateadas da alegria!
CORONEL Aviador Antonio Arthur BRAGA



Nosso agradecimento a Equipe responsável pelo Arquivo Histórico do MUSAL por nos fornecer parte das fotos e demais informações, A Esquadrilha da Fumaça por também dividir fotos tão incríveis e a Deus por nos permitir vivenciar as emoções das apresentações do Braguinha..

Fotografias e informações: MUSAL
                                         Esquadrilha da Fumaça
                                         Google

Video: Youtube

Pesquisa e textos: Bruno Cilento

Comentários

  1. Boa matéria do braga, sou de Catanduva SP e sugiro esse vídeo.
    http://www.youtube.com/watch?v=oONq85YtE7M

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  2. Me emocionei quando ele citou os bois. Quando era mais novo sempre que escutava o ronco do T-6 eu corria para minha lage pq sabia que ele nunca pousava a aeronave sem antes realizar uma manobra que seja. Pena que os Afonsos aos poucos está perdendo seu brilho por conta do corte de verbas governamental. Observem a quantidade de público que iam aos shows, quem é mais novo talvéz não imagine, mas era praticamente o dia todo de apresentações, saudades, havia até sobrevoos de aeronaves da Varig, em fim, tempos que não voltam mais.

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