Esquadrilha da Fumaça...60 Anos

Rio de Janeiro, 14 de Maio de 2012
 A exatos 60 anos, um grupo de instrutores de voo tomaria uma atitude que mudaria para sempre a nossa forma de olhar para o céu...
Com apenas um ideal, Lutaram e conquistaram seu espaço com toda a garra e dedicação..digna de Brasileiro.

T-27 Tucano com a primeira versão de pintura dos T-27 da Fumaça 

Cinco jovens pilotos da Escola de Aviação do Campo dos Afonsos faziam a Primeira demonstração oficial daquela que é hoje e desde a época um dos maiores orgulhos que o Brasil já viu... A Esquadrilha da Fumaça

 Breve Histórico sobre a Fumaça

Com a palavra, seu criador,o Saudoso Mario Sobrinho Domenech..Seu primeiro Comandante!

“ EU me formei na Escola de Aeronáutica em 1946 e dois anos mais tarde, após uma passagem pela aviação de caça em Santa Cruz, já estava de volta como instrutor.

A primeira vez que eu havia visto acrobacia em conjunto fora no cinema, quando uma esquadrilha inglesa apareceu na tela.

A verdadeira motivação veio na Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos.

Após voarmos o Fairchild PT-19 no treinamento primário, e os Vultee BT-15 no básico, começamos a voar o NORTH AMERICAN T-6, com o qual já podíamos começar a sonhar.

Entre alunos e obrigações administrativas, os jovens pilotos conseguiam tempo para decolar com quatro aviões e praticar as suas primeiras manobras em conjunto.

Formação diamante com 4 Aeronaves

Naquela época, realizar vôos acrobáticos em conjunto era uma transgressão disciplinar, mas a verdade é que o Comando não ligava muito, uma vez que nós estávamos acostumados a fazer aquilo na caça. O que não podíamos era fazer acrobacias em conjunto com os cadetes para não dar mau exemplo.

De qualquer maneira, decolávamos, geralmente na hora do almoço ou entre aulas e voávamos em direção a Nova Iguaçu ou Jacarepaguá onde realizávamos nossos treinamentos em segredo.

No principio praticávamos com 2 aviões e pouco a pouco fomos juntando, até que começamos a fazer os LOOPINGS e TOUNEAUX com quatro aviões em diamante, visto se aquela a formatura que voávamos na caça.

A primeira equipe era composta de 5 pilotos:

Eu, Domenech, Paulo Cezar Rosa, Haroldo Ribeiro Fraga, Cândido Martins da Rosa e Jayme Selles Collomer que voava como reserva....

Detalhe do T-6 com a "cabine" aberta

 ... Apesar de termos rádios a bordo, estes possuíam uma freqüência que usávamos para falar com a torre de controle.

Entre nós, éramos obrigados a utilizar sinais visuais aproveitados da aviação de combate.

Balançávamos as asas para reagrupar, balançávamos o estabilizador para informar que faríamos o Peel off. Balançávamos a asa direita para avisar que faríamos uma manobra com certa violência para a direita e duas vezes se fosse para a esquerda.

Voávamos com a cabine aberta, porque se houvesse um choque poderíamos abandonar rapidamente o avião.

Em 14 de maio de 1952, ocorreu a primeira demonstração pública da Esquadrilha sobre o Campo dos Afonsos. Dali para frente, os cambalhoteiros, como éramos chamados, decolamos de verdade...”

Não podemos falar de Esquadrilha da Fumaça e não lembrar de uma pessoa que vivia a Fumaça..
Coronel Braga foi o piloto que mais tempo permaneceu na Esquadrilha somando 17 anos e com seu carisma tamanho conquistou e estimulou varias gerações para a carreira da aviação.

 Entre fatos interessantes da Esquadrilha nesses 60 anos destacam-se alguns ainda da época dos T-6...

Houve uma gravação para um filme do Roberto Carlos chamado Roberto Carlos em ritmo de aventura onde a Esquadrilha se apresentou, com uma imagem de Roberto pilotando o T-6 ( liderando a Esquadrilha ).

Acontece que quando ia voar, pediu que outro piloto o conduzisse, pois o piloto que fora escalado para o seu vôo tinha o mesmo sobrenome que o dele e..Se chamava Braga

Uma outra passagem histórica curiosa da Esquadrilha foi sua apresentação na inauguração de Brasília..

O grupo estava com combustível reduzido aguardando a liberação da Torre de Controle que se daria após o termino do discurso do Presidente JUSCELINO KUBITSCHEK.

Acontece que devido à demora, não haveria combustível suficiente para a apresentação da Esquadrilha, então o na época Tenente Braga partiu para a demonstração...Então o Presidente JK interrompeu o seu discurso e pediu que todos apreciassem a demonstração da Esquadrilha

Hoje, a Esquadrilha da Fumaça ou EDA ( Esquadrão de Demonstração Aérea ) se apresenta em inúmeras partes do mundo levando o sorriso..a simpatia..a atenção e o carinho que só o povo Brasileiro tem..

Afinal de contas...São "Os EMBAIXADORES DO BRASIL NOS CÉUS!"

Eu, nesse momento, deixo o profissionalismo de lado e expresso aqui a minha homenagem a nossa Esquadrilha da Fumaça do Brasil que na minha opinião é a melhor do mundo...

Deixo aqui também a lágrima de cada Brasileiro que ao ver as demonstrações, se emociona assim como eu..

O suspiro, os gritos e os aplausos de quem é muito fã, para vocês que mais do que nunca merecem nossos aplausos e nossos PARABÉNS...

Bruno Cilento no Tucano de numero #7 da Fumaça

A Esquadrilha da Fumaça hoje tem como sua sede, a Academia da Força Aérea ( AFA ) em Pirassununga e mantem um site para estreitar os laços entre os fãs e onde se tem maiores informações.

Site oficial da Esquadrilha da Fumaça

A Equipe Fotográfica AeroArte sente-se feliz por poder divulgar a excelência que é a nossa Esquadrilha da Fumaça e agradece de coração por todos os momentos de pura emoção que nos são proporcionados a cada demonstração, a cada reportagem, a cada foto ou simplesmente a cada lembrança que temos e com certeza não são poucas...

Parabéns Fumaça por 60 anos de história, profissionalismo e competência.

Veja algumas fotos da festa de 60 anos da Fumaça

>>> Clique e veja mais fotos da Esquadrilha da Fumaça <<<

Participaram dessa reportagem:

Bruno Cilento

Mauro dos Santos

Amanda Matoso

Victor Duque

e cada brasileiro que assim 

como nós, é apaixonado pela nossa

Esquadrilha da Fumaça ..

 Que esse sentimento seja sempre verdadeiro e forte!

Fumaça ... Já!

Depoimento  retirado da revista

Esquadrilha da fumaça de 1993

Texto: Bruno Cilento

Fotos: Mauro dos Santos 

Bruno Cilento

Revisão de texto: Amanda Matoso